2.12.08

Orquestra de Ribeirão Preto e Coral de Uberaba fazem um "Natal Brasileiro" na Galeria do Teatro Sesiminas


A Orquestra Ribeirãopretana de Espetáculos e o Coral Meninos Cantores de Uberaba irão se apresentar no próximo dia 17 de dezembro, na Galeria do Centro de Cultura José Maria Barra, concerto entitulado "Natal Brasileiro".

No programa obras musicais alusivas à data natalina de compositores brasileiros, como: Jeziel Paiva, Samuel Kerr, Vilma Camargo, além de composições de gênios da musica universal como Rimsky-Korsakov, Mascagni, Bach, entre outros.

O concerto terá a participação especial do violista Thiago Franco que interpretará junto com a Orquestra o Concerto para Viola em Sol Maior de G. F. Telemann.

O Coral Meninos Cantores de Uberaba que é coordenado por Cristina Arruda e Rosana Caetano é formado por jovens das escolas municipais Reis Júnior e Monteiro Lobato e estão inseridos no projeto "Canto Coral" da Secretaria Municipal de Educação de Uberaba.

CONCERTO "NATAL BRASILEIRO"
Data: 17/12/2008
Horário: 21 horas
Local: Teatro SESIMINAS (Galeria)
Ingressos: R$ 10,00 e R$ 5,00

Realização:
ÁCUAS (Associação Cultural Antenógenes Silva) e Centro de Cultura José Maria Barra-SESI Uberaba

28.10.08

ABAIXO A DITADURA

Meus compadres e comadres: Minczuk é velho conhecido dos músicos de orquestra desse Brasil. O que ocorreu na Orquestra Sinfônica Brasileira não nos causou estranheza alguma.

Meu desejo é que fatos como este estimulem os demais músicos de orquestra que vivem sob o julgo de dirigentes e maestros déspotas, a cameçarem construir ambientes de trabalho onde impere a cordialidade, o respeito e a democracia substituindo o medo, a arrogância e a vaidade.

Muitos amigos, colegas e ex-colegas deveriam se espelhar nos músicos da OSB. Deveriam lutar contra a opressão, contra a ditadura, que vem se instaurando nas orquestras brasileiras.

Mas vamos ao ocorrido no Rio de Janeiro:

"O ensaio da Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB) foi paralisado na noite desta segunda-feira (20) por um protesto dos músicos. Eles promoveram uma votação e pediram o distanciamento do regente, Roberto Minczuk. Dos 62 musicistas, 60 quiseram o afastamento do maestro.

A manifestação foi um repúdio ao comportamento de Minczuck. Fontes ouvidas pelo SRZD dizem que ele é um déspota. Os conflitos se acirraram no começo deste ano quando o spalla da orquestra, o músico mais importante depois do maestro, teve que se afastar por motivos de saúde. Na volta, o regente teria dito: "velho e doente, você vai ser demitido".

A secretária de Minczuk informou que ele não iria à sede da OSB nesta terça (21), e que qualquer outra pergunta deveria ser encaminhada à assessoria de imprensa. "A orquestra não foi notificada de nada, mas vou procurar", afirmou Leandro Lannes, responsável pela comunicação da OSB. Minutos depois, Lannes havia saído e não foi encontrado pelo resto do dia.

A OSB é uma orquestra particular que funciona com um sistema de acordo coletivo. O contrato terminou em primeiro de julho e não foi renovado por decisão de Roberto Minczuk, de acordo com as fontes. O fato estaria gerando descontentamento nos integrantes da orquestra. Quando Minczuk assumiu, a OSB começou uma fase de êxito comercial e os músicos tinham esperança que isso representasse, entre outras coisas, aumento nos vencimentos. O maestro teria paralisado a negociação e criado problemas também na administração da orquestra. Sem a renovação do acordo coletivo, os músicos estão com questões - como remuneração por gravações - indefinidas.

O violinista Daniel Passuni não quis comentar o assunto, alegando que é apenas mais um músico da orquestra. "Quem pode falar, apesar de eu não saber se tem autorização, é o chefe da comissão de músicos, Paulo Guimarães", desconversou. Guimarães, todavia, não foi encontrado.

No business da música clássica, as coisas acontecem mais ou menos assim, de acordo com nossas fontes. Agências de concertos colocam seus clientes em orquestras sinfônicas de vários lugares do mundo. Assim, os regentes são avaliados como administram, como fica a qualidade artística, para depois serem levados para outros postos mais importantes. O Brasil é considerado um destes locais em que os regentes são testados.

Antes de Roberto Minczuk, a OSB foi regida pelo argentino Yeruham Scharovsky (hoje radicado em Israel). Os músicos também tiveram atritos com o maestro e conseguiram o afastamento.

Em abril desse ano, a revista Bravo! publicou uma matéria investigando os motivos da explosiva briga entre Minczuk e o maestro John Neschling, regente da Orquestra Sinfônica de São Paulo (Osesp).

Ao comunicar ao chefe que havia assumido a produção artística do Festival Internacional de Inverno de Campos de Jordão (SP), os dois discutiram violentamente. Neschling argumentou que se Minczuk acumulasse mais essa função, além das orquestras regidas no exterior, prejudicaria a Osesp. Minzuck replicou que o motivo da discussão era a inveja do maestro. Desde então, nunca mais trocaram uma palavra.

Segundo o cronograma do site, o próximo concerto da OSB será no sábado (25), com a presença do violonista Yamandú Costa. A produtora de Yamandú, ironicamente, afirmou que a apresentação está confirmada, "a não ser que tenha acontecido algo que eu não saiba".

1.10.08

TRAVESSIA: Do Romanceiro à Zé Côco do Riachão


O espetáculo “Travessia: Do Romanceiro a Zé Côco do Riachão" será apresentado no Teatro SESIMINAS, dia 11 de outubro, 21 horas, fazendo parte do Projeto Circulação de Espetáculos do Centro de Cultura José Maria Barra, com patrocínio da VALMONT, através da Lei Rouanet (Ministério da Cultura).

É uma viagem pela nossa cultura popular desde a vinda do romanceiro ibérico ao Brasil até os nossos dias, mostrando as manifestações artísticas populares que foram determinantes na construção do nosso legado cultural.

JEZIEL PAIVA conta a história da nossa gente escrita nas poesias caboclas, causos e cordéis dos nossos maiores poetas populares e nas músicas dos cantadores e rabequeiros.

Utilizando a rabeca, primeiro instrumento trazido pelo colonizador, Travessia mostra os momentos mais significativos da cultura popular, correspondentes aos ciclos do gado, do cangaço, das secas e na relação mais íntima do homem com os sertões.

No programa obras musicais de domínio público (Séculos XVIII e XIX), de Zé Côco do Riachão, Elomar, Beira D’água, Villa-Lobos, Antenógenes Silva, Gereba, Guerra-Peixe, Geraldo Vandré e outros, e ainda as poesias caboclas e cordel de José Pacheco, Zé Laurentino, Pompílio Diniz, Chico Pedrosa, Zé Limeira e textos extraídos das obras de João Cabral de Melo Neto e João Guimarães Rosa.

O espetáculo conta com as participações especiais dos músicos Marcelo Taynara (violão e percussão) e Carlos Tampa (percussão) e ainda do Quarteto de Cordas de Ribeirão Preto, grupo camerístico fundado há 15 anos.

JEZIEL PAIVA
Apresenta-se com rabeca construída pelo Sr. Nelson dos Santos (Nelson da Rabeca), de Marechal Deodoro, Alagoas, além de uma viola-de-arco alemã, de 200 anos, com a qual tocou nas orquestras: do Teatro Nacional Cláudio Santoro de Brasília, Orquestra Sinfônica da Bahia e de Ribeirão Preto.

Na Bahia aprofundou suas pesquisas e desempenhou importante trabalho dentro da cultura popular participando de cantorias, realizando gravações e arranjos e apresentando-se com diversos cantadores pelos sertões nordestinos.

Tem atuado em rádios e televisões com programas e apresentações destinadas à difusão da nossa cultura popular sertaneja e realizando palestras sobre o tema.

Em 2003 foi homenageado pela Câmara Municipal de Ribeirão Preto recebendo o diploma de “Honra ao Mérito Cultural”.

É professor e arte/educador nas cidades de Uberaba e Ribeirão Preto bem como violista do grupo musical ACUAS-Ensemble e Presidente da Associação Cultural Antenógenes Silva-ACUAS.

7.9.08

ARTE EXPLANADA: O Modernismo

Dia 21 de setembro (domingo), às 10 e 30 da manhã, no Teatro Sesiminas, acontece mais uma edição da série de concertos comentados "Arte Explanada".

A Apresentação é do grupo musical ACUAS-Ensemble que irá mostrar as artes do período chamado MODERNISMO através da música dos seus mais influentes compositores e as artes visuais que marcaram cada tendência desse período tão rico da história das artes.

Serão interpretadas obras dos compositores Debussy, Bela Bártók, Villa-Lobos, Ernani Aguiar, Guerra-Peixe, Cláudio Santoro e John Cage.

No telão serão projetadas obras de pintores a partir do Impressionismo, como: Manet, Sisley, Cézanne, Pablo Picasso, Mondrian, Paul Klee, entre outros; esculturas de Brecheret, obras arquitetônicas de Oscar Niemeyer, mostrando a sintonia entre todas as linguagens do período.

O Arte Explanada de setembro dará ênfase ao modernismo no Brasil mostrando todo o processo que culminou na Semana de Arte Moderna de 1922 bem como seus desdobramentos.

O evento é fruto da parceria ACUAS-Centro de Cultura José Maria Barra-SESI e conta com o apoio cultural da WG Produções.

Os ingressos custam R$ 5,00 e podem ser adquiridos antecipadamente no Centro de Cultura José Maria Barra ou na bilheteria do Teatro Sesiminas a partir de meia hora antes do evento.

Espero vocês lá.

27.7.08

ARTE EXPLANADA: a vez do Romantismo

Meus compadres e comadres. Mais uma vez convido a todos a assistirem ao próximo concerto da série ARTE EXPLANADA, dia 10 de agosto, às 10:30h., no Teatro Sesiminas, com o ACUAS-Ensemble.

Chegou a vez do Romantismo! A arte do século XIX será o assunto do terceiro concerto comentado da série onde vamos interpretar músicas de Peter Tchaikovsky, Frédéric Chopin, Franz Schubert, Pietro Mascagni, Alberto Nepomuceno, Johann Strauss Jr e Jean Sibelius. Também mostraremos obras de pintores como Eugene Delacroix, Théodore Géricault, Willian Turner, John Constable, Caspar David Friedrich, Vitor Meirelles, Pedro Américo, entre outros.

Além das músicas e pinturas serão projetadas abras de escultura e arquitetura do período.

Os ingressos já estão sendo vendidos ou podem ser adquiridos a partir de meia hora antes do evento e custam somente R$ 5,00.

A série ARTE EXPLANADA é realizada pela parceria ACUAS / Centro de Cultura José Maria Barra - SESI Uberaba.

O patrocínio é da Citröen

15.6.08

ARTE EXPLANADA: O CLASSICISMO DO SÉCULO XVIII


Meus compadres e comadres:
Convido a todos para assistirem dia 29 de junho, domingo, às 10 e meia da manhã, no Teatro Sesiminas, o segundo concerto comentado da série Arte Explanada, que a ACUAS em parceria com o Centro de Cultura José Maria Barra, vem apresentando mensalmente.

No mês de maio mostramos as artes do Século XVII (Barroco) e agora as artes do Século XVIII conhecido como período neoclassico ou arcadismo como é chamado na literatura.

As músicas serão interpretadas pelo ACUAS-Ensemble formado por violinos, viola de arco, violoncelos, contrabaixo, piano e flauta que se apresentará em várias formações instrumentais, tais como: trio, quarteto, quinteto e camerata mostrando o seguinte programa:

MOZART - Trio para Violino, Violoncelo e Piano
BEETHOVEN - Quarteto de Cordas em Dó Menor op. 18 n. 4
BOCCHERINI - Minueto (do Quinteto em Lá Maior)
MOZART - Divertimento n. 1
HAYDN - Concerto para Violoncelo e Cordas
Solista: Laura Mac-Knight

Além das músicas dos grandes mestres serão abordados aspectos sociais da época bem como projeção em data-show de obras arquitetônicas e pinturas de artistas como: Canaleto, Gainsborough, Reynolds, Ingres e David.

É ou não é um belo programa para domingo de manhã?

26.5.08

TRAVESSIA NO TEU


Meus compadres e comadres de Uberaba.
Nessa sexta-feira, dia 30 de maio, às 20 horas, com entrada franca, no Teatro Experimental de Uberaba - TEU, estarei apresentando meu trabalho de cultura popular TRAVESSIA-Cantoria de Rabeca que está sendo promovido pelo SESC.

O espetáculo “Travessia” é uma viagem pela nossa cultura popular desde a vinda do romanceiro ibérico ao Brasil até os nossos dias. Abordando as artes populares, literária e musical, que foram determinantes na construção do nosso legado cultural, vou contar a história da nossa gente escrita nas poesias caboclas e cordéis dos nossos maiores poetas populares e nas músicas dos cantadores e rabequeiros.

Utilizando a rabeca e a viola caipira, primeiros instrumentos trazidos pelo colonizador, Travessia mostra os momentos mais significativos da cultura popular, correspondentes aos ciclos do gado, do cangaço, das secas e na relação mais íntima do homem com os sertões.

No programa obras musicais de domínio público e de Zé Côco do Riachão, Beira D’água, Villa-Lobos, Antenógenes Silva, Gereba, Angelino de Oliveira, Raul Torres, Geraldo Vandré e outros, e ainda as poesias caboclas e cordel de José Pacheco, Zé Laurentino, Pompílio Diniz, Zé Limeira, João Cabral de Melo Neto e João Guimarães Rosa.

Travessia vem conquistando platéias pela sua originalidade, ao mesmo tempo em que presta um importante depoimento de afirmação da nossa cultura popular.

O espetáculo conta com a participação especial do músico Luciano Duarte bacharel em música pela Unicamp executando viola-caipira de 10 cordas e violão.

14.5.08

ARTE EXPLANADA NO TEATRO SESIMINAS


Meus compadres e comadres.

No próximo domingo, às 10 horas da manhã, no Teatro Sesiminas, com ingresso a preço promocional de R$ 5,00(preço único) esteremos dando inicio a esta série de concertos comentados que tenho certeza será magnifica.

A ACUAS e o SESI (Centro de Cultura José Maria Barra), entidades parceiras na execução de atividades culturais em Uberaba, promoverão durante o ano de 2008 a série ARTE EXPLANADA - que faz parte do seu programa de formação de platéia.

A série ARTE EXPLANADA será apresentada uma vez por mês e em cada evento abordará um período histórico da História das Artes com músicas dos compositores correspondentes e projeção em data show de obras dos mais importantes artistas da pintura, escultura e arquitetura conceituando o desenvolvimento da História da Música, inter-relacionando-o a outras manifestações artísticas através de linguagem acessível ao público.

A primeira apresentação da série enfocará as artes do período Barroco (Século XVII) e terá as participações do “ACUAS-Quinteto de Cordas” formado por Robert Cruz e Marcos Fuzaro (violinos); Jeziel Paiva (viola); Laura McNight (violoncelo) e Rosana Caetano (contrabaixo) e terá as participações especiais de Marvile Palis (flauta) e Cristina Arruda (contínuo).

No evento além da exposição de imagens de obras de Bernini, Rubens, Caravaggio e Aleijadinho serão executadas obras de Pourcel, Vivaldi, Bach e Handel.

Sintam-se convidados

IMPERDÍVEL!!!

23.4.08

II SEMANA NACIONAL DO CHORO


Meus compadres e comadres: Uberaba está sendo esta semana a capital nacional do choro. Ontem (23/4) foi aniversário de Pixinguinha que em nossa terra é homenageado com uma semana inteira de programação intensa de chorinhos por toda a cidade. Começou na quinta (dia 17) e vai até domingo.

No aniversário de Pixinguinha comemora-se o Dia Nacional do Choro e nada poderia ter sido mais oportuno que a apresentação ocorrida no Calçadão da Rua Artur Machado do Grupo Chorocultura, maior ícone dessa modalidade musical em Uberaba.

Às 19h30 na Sala Cecília Palmério aconteceu o recital: "Choro Didático II" com participação de alunos e professores do Colégio Cenecista Dr. José Ferreira
O recital instruiu-nos a partir de trabalhos de pesquisas e contextualização das obras e compositores executados coordenados pela flautista Marvile Palis.

O II Festival Nacional do Choro acontece até domingo e aqui vai sua programação até lá.

24 de abril de 2008 – Quinta-feira

18h – Apresentação do filme Brasileirinho. Logo após intervenção musical com Roda de Choro
Local: UNIUBE – Anfiteatro do Campus Rodoviária
Avenida Barão do Rio Branco, 770 – Bairro São Benedito

20h30 – Recital: O Choro dos Professores
Participação dos professores do Conservatório Estadual de Música Renato Frateschi
Local: Pátio do Conservatório Estadual de Música Renato Frateschi
Avenida Nelson Freire, 800 - Leblon

26 de abril de 2008 – Sábado

20h30 – Encerramento da II Semana Nacional do Choro
Grande Show com o Grupo Flor de Abacate de Belo Horizonte
Local: Cine Teatro Municipal Vera Cruz
* a abertura do show ficará por conta dos alunos e grandes músicos da cidade!

27/04/2008 - Domingo

À partir das 9h30 - Chorinho no Mercado Municipal

Parabéns mais uma vez ao Fausto Reis e à Marvile Palis

22.4.08

Noite de Gala da Cultura Popular

Meus compadres e comadres. Foi uma bela noite essa que comemoramos os 50 anos do Festival de Folias de Reis em Uberaba. Muita gente apesar da chuva. Autoridades se juntavam ao público nos risos provocados pelos personagens de Saulo Laranjeira (Véia Messina, Geraldinho, etc) nos aplausos à Dércio Marques, Alexandre Saad e Marcelo Taynara. Por fim veio a Orquestra da ACUAS com o Coral Cidade de Uberaba e a Compahia de Reis do Capitão Jorge Bernardes que não poupou esforços para estar alí em cima do palco assumindo o posto de Capitão de Folia que há três anos havia abandonado por forças do destino. Meu sincero agradecimento e meu eterno respeito a este senhor que dignifica a raça humana. Também aqui vai meu sincero agradecimento à amiga e guerreira Lisete Resende que chamou prá si a responsabilidade de conduzir todos os trabalhos e ao "apaixonado" amigo Gilberto Rezende que sabe tudo de cultura popular e ao mesmo tempo é capaz de cantarolar árias de óperas até de compositores que nunca ouvi falar. Mas, enfim, foi tudo muito bonito e gratificante especialmente para mim que pude estrear uma obra com o pé atolado em nosso chão e emaranhado por nossas raizes.

5.4.08

ACUAS nos 50 anos do Festival de Folia de Reis

Meus compadres e comadres.
Com patrocinio da Petrobrás, a Fundação Cultural de Uberaba estará promovendo evento em comemoração aos 50 anos do Festival de Folias de Reis.

Fixada para os dias 12 e 13 desse mês de abril, a festa comemorativa será realizada no Cine Teatro Municipal Vera Cruz.

Na oportunidade será executada em primeira audição minha mais recente composição musical entitulada "Folia" pela Orquestra de Câmera da ACUAS sob minha regência, com participações especiais do Coral Cidade de Uberaba e da Companhia de Reis do Capitão Jorge Bernardes da Silva.

A ORQUESTRA

Este evento de comemoração dos 50 anos do Festival de Folia marca também o lançamento da Orquestra de Câmara da ACUAS. Será lançada com a bênção e proteção dos Santos Reis e com suas bem-vindas cumplicidades.

A Orquestra de Câmara é mantida pela Associação Cultural Antenógenes Silva – ACUAS e é formada por 15 músicos entre maestro, violinos, violas, violoncelos, contrabaixo e baixo-contínuo. Para este evento terá a participação especial da flautista Marvile Palis.


PROGRAMAÇÃO DA FESTA

12 De abril - Início: 19:30h
1. Apresentação da Performance Teatral “Presépio Vivo” com Grupo Eduardo Lima
2. Encenação da Festa de Reis - Alvorada
3. Show “Ritmos e Ritos” com Saulo Laranjeira; Dercio Marques; Marcelo Taynara; Alexandre Saad e Coral Cidade de Uberaba
4. Apresentação da Orquestra de Câmera da ACUAS com participação especial do Coral Cidade de Uberaba e Companhia de Reis do Capitão Jorge Bernardes.

13 de abril - Início: 8h
1. Chegada da Cavalgada de Reis com o Estandarte da festa
2. Benção do Padre e salva de foguetes
3. Apresentação das Companhias de Reis
4. Show de Encerramento com a dupla sertaneja Liu e Léo

PROGRAMAÇÃO PARALELA

- Exposição de Fotografias de Folias de Reis de Paulo Rezende
- Oficina de Mini-Bandeiras de Reis com Rosalina Cardoso, Paulo Rezende, Pablo T. Mack e Andre Andrade
- Distribuição de Folder contando a história da Festa
- Tendas de Artesanato e de Alimentação da Feira Arte/Cultura

Aguarda-se o comparecimento de 100 Companhias de Reis e deverá se constituir no maior espetáculo de devoção e fé nos Três Reis Magos de todo o Brasil.

O espetáculo será gravado em DVD, terá cunho cultural e educacional que fará parte de todas as entidades brasileiras voltadas para o Folclore.

O patrocínio desse evento é da Petrobrás, e a realização é da Fundação Cultural de Uberaba com o apoio do SESC e da Casa do Folclore.

A entrada é franca e irá proporcionar à comunidade a oportunidade de reviver nossas raízes culturais e participar desse momento histórico do Folclore na cidade de Uberaba.

"Sendo Uberaba uma cidade com perfil notadamente de raiz sertaneja, folclórica e tradicional, a realização do Festival de Folias de Reis, parte atuante do acervo e da vocação cultural da região, tem a missão de valorizar os saberes e fazeres populares e promover a sensação de pertencer a um povo. Nada supera a força do registro histórico da identidade de um lugar e o sentimento de “pertencer a um determinado povo num determinado tempo, num determinado mundo".

28.3.08

ENTRE A FICÇÃO E A HISTÓRIA

Algumas histórias que o Caçador de Pipas não conta

O filme “Caçador de Pipas” apresenta um painel sobre a história recente do Afeganistão, a partir do relato sobre a amizade de dois meninos afegãos. Flutuando entre a imaginação e a história, o filme denuncia monstruosidades mas silencia sobre o papel de alguns dos pais dos monstros que devastaram o país.
Marco Aurélio Weissheimer - Carta Maior

O filme “O Caçador de Pipas”, dirigido por Marc Foster, tem o mérito de apresentar um painel sobre a cultura, as tradições e a vida no Afeganistão, a partir do relato sobre a amizade de dois meninos afegãos. É uma obra de ficção mesclada com uma tentativa de painel histórico sobre um período da história do país que compreende a queda da monarquia nos anos 70, a invasão dos soviéticos e a ascensão dos talibãs ao poder. É aí, em seu pano de fundo histórico, que os méritos definham e os problemas florescem. O filme é uma adaptação do best-seller do médico Khaled Hosseini, nascido em 1965 em Cabul e que vive nos Estados Unidos desde 1980. O livro foi escrito inteiramente na Califórnia. Hosseini só voltou ao Afeganistão depois do livro ter sido lançado, 27 anos após ter deixado o país. Essa distância espacial e temporal ajuda a entender as omissões históricas e a visão generosa do autor com o papel dos EUA na destruição de sua terra natal.

Quando visitou o país, após a publicação de seu livro, Hosseini ficou chocado. “Infelizmente, o que vi por lá era pior do que aquilo que imaginei e narrei. A destruição do país é impressionante, muito triste”, declarou em entrevista à revista Época. No livro (e no filme), o escritor é grato pela acolhida que teve nos EUA. Ao imaginar como poderia ter sido a vida do personagem Hassan, caso tivesse conseguido fugir para a América, escreve que o amigo estaria vivendo em um país “onde ninguém se importa com o fato de ele ser um hazara”. Essa visão, escancarada em todo o filme, mostra os soviéticos e os talibãs como seres monstruosos e pervertidos sexualmente, mas omite alguns “detalhes” históricos relacionados ao papel que os EUA tiveram no fortalecimento dos talibãs e na sua chegada ao poder. Assim como ocorreu com Saddam Hussein no Iraque (contra o Irã), os talibãs também foram aliados dos EUA (na luta contra os soviéticos). O civilizado e laico Ocidente foi cúmplice direto dos terríveis crimes cometidos pelos talibãs.

Guerra pela civilização?
Se Hosseini não tivesse escrito o livro inteiramente na Califórnia, baseado apenas em sua memória e imaginação, talvez tivesse produzido um relato um pouco mais equilibrado historicamente. Ao final do filme, o que fica, do ponto de vista histórico, é o seguinte: a selvageria soviética e talibã, de um lado, e o papel salvador e civilizatório do Ocidente, do outro. Nenhuma referência sobre como países como EUA e Inglaterra – e seus aliados na região, como Paquistão e Arábia Saudita - contribuíram decisivamente para tornar o país um monte de ruínas. Alguém poderá objetar que não se pode cobrar do autor o relato sobre fatos que não presenciou. Objeção discutível. Mas, mesmo que a tomemos como razoável, isso não elimina o problema de que o pano de fundo histórico que caracteriza o filme é repleto de omissões, buracos e deformidades. Mesmo quem tenha gostado do livro e do filme, portanto, não sairá perdendo com algumas informações.

Em seu filme “Fahrenheit 9/11”, Michael Moore expôs as ligações entre a família Bush, empresas petrolíferas do Texas, a Halliburton, a Enron e os talibãs para a construção de um gasoduto que partiria do Turcomenistão, seguindo através do Afeganistão e chegando ao Paquistão. Mostrou também que, quando era governador do Texas, Bush chegou a receber uma visita de autoridades afegãs do Talibã para tratar de negócios. Depois da guerra contra o Afeganistão, após os atentados de 11 de setembro, o projeto do gasoduto foi entregue a Halliburton, empresa que tem entre seus executivos o atual vice-presidente dos EUA, Dick Cheney. Todos esses fatos já são bem conhecidos. Mas a obra de Moore não é o melhor relato sobre como os EUA ajudaram os talibãs chegar ao poder e sobre como, durante um bom tempo, silenciaram sobre as atrocidades que estavam sendo cometidos no país. Silêncio e cumplicidade justificados pela geopolítica e por interesses econômicos.

Um pedido de moderação aos talibãs
Na página da embaixada dos EUA do Brasil, há um interessante material na seção “Resposta ao Terrorismo – Programas Internacionais de Informação”, sobre a situação das mulheres no Afeganistão durante o regime talibã. Lá, podemos ler o seguinte: “Antes dos acontecimentos de 11 de setembro de 2001, oficiais dos EUA opunham-se à subjugação das mulheres pelo Talibã através de reuniões com talibãs para pedir moderação, além de trabalhar com outros países, tanto bilateralmente quanto multilateralmente, para refrear os excessos do Talibã”. Não há porém nenhuma referência sobre como foi asfaltado o caminho para que os excessos do Talibã chocassem o mundo.

Uma boa fonte para preencher essa lacuna é o livro “A grande guerra pela civilização – A conquista do Oriente Médio”, do jornalista inglês Robert Fisk, que passou os últimos 29 anos cobrindo as guerras no Oriente Médio.

Em seu livro de quase 1.500 páginas, publicado no Brasil pela Editora Planeta, Fisk conta algumas histórias que o caçador de pipas não conta. Vejamos algumas delas:

“Os sauditas e os paquistaneses ajudaram, por encargo dos EUA, a armar as milícias do Afeganistão contra a União Soviética, e depois – enojados pelas disputas entre os vencedores – apoiaram o exército de clérigos camponeses iluminados do mula Omar Wahhabi o Talibã. A Arábia Saudita havia investido milhões de dólares nas madraçais - escolas religiosas – do Paquistão ao longo de todo o conflito afegão soviético, e o Talibã era um produto genuíno do wahabismo, a fé estatal muçulmana, estrita e pseudo-reformista da Arábia Saudita.

“E o Paquistão? Ao juntar-se à “guerra contra o terror” promovida pelos Estados Unidos, o general Musharra conseguira de fato a aceitação internacional do golpe de Estado que perpetrou em 1999. De repente, tudo o que havia desejado – a suspensão das sanções, grandes investimentos para a cambaleante indústria paquistanesa, empréstimos do FMI, uma renegociação da dívida de 375 milhões de dólares e ajuda humanitária – foi concedido. Evidentemente, tivemos que esquecer também que foram unidades dos Interserviços de Inteligência do Paquistão – o escalão mais alto das agências de segurança do país – que ergueram o talibã, fizeram entrar armas no Afeganistão e ficaram ricas com o tráfico de drogas. Desde a invasão soviética do Afeganistão em 1979, o ISI havia trabalhado junto com a CIA, financiando os mulas do talibã, mais tarde condenados como arquitetos do terror mundial”.

“Depois do 11 de setembro os EUA, incapazes de conseguir a rendição do Talibã por meio de bombardeios, tentaram ficar bem com os assassinos e estupradores da Aliança do Norte, responsável por mais de 80% da exportação de drogas (heroína, principalmente) do país, após a proibição talibã do cultivo. De 1992 a 1996, a Aliança do Norte foi um símbolo de carnificinas, estupros sistemáticos e pilhagem. Por esse motivo, nós – e incluo o Departamento do Estado dos EUA – demos boas vindas ao talibã quando chegou a Kabul”.

“Após o 11 de setembro bombardeamos povoados afegãos até transformá-los em um monte de ruínas, junto com seus habitantes e culpamos o Talibã e Bin Laden pela carnificina.. Depois permitimos que nossa desapiedada milícia aliada executasse seus prisioneiros. O presidente George W Bush assinou uma lei que aprovou a criação de uma série de tribunais militares seretos para julgar e depois eliminar todo aquele que fosse um “assassino terrorista” aos olhos dos serviços de inteligência”.

Há muitos outros relatos sobre esses temas. A fonte de Fisk não é a imaginação, mas a experiência direta. Ele viu e presenciou in loco o que relata. A obra de Hosseini é uma ficção, é certo, devendo ser avaliada com outros critérios. No entanto, tem pretensões históricas que acabam produzindo um cenário esburacado. Não seria tão grave se, ao sair do cinema, não ouvíssemos frases do tipo: “não dá para defender esses muçulmanos, que povo bárbaro”. Aí a imaginação do Caçador de Pipas presta um desserviço à verdade e à justiça.

22.3.08

Música de Jeziel Paiva junta Orquestra com Folia de Reis

Meus compadres e comadres.
Estou de volta. Muita correria e pouco tempo fizeram-me afastar do nosso convívio aqui nessa tribuna. Mas volto com uma grande novidade: dia 12 de abril, a partir das 19:30 horas estaremos nas comemorações dos 50 anos do Festival de Folias de Reis que sempre foi promovido pela Fundação Cultural de Uberaba. Foi-me encomendada uma obra para orquestra que pudesse encorporar a Folia de Reis. Estou em fase de conclusão. A obra é para Orquestra - Coral e Folia de Reis. Na oportunidade a Orquestra de Câmara da ACUAS, sob minha regência, fará sua estréia que contará com a presença do Coral da Fundação Cultural, preparado por nossa amiga Marly Costa e da Companhia de Reis do Capitão Jorge Bernardes da Silva. Estão todos convidados. Inté.

1.2.08

TCU exige fim da esculhambação no Incra

O Tribunal de Contas da União deu um prazo de seis meses para que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – Incra - regularize os assentamentos que não tenham licença ambiental na Amazônia.

O TCU pretende aumentar a fiscalização na Amazônia, que sofre com o aumento exponencial de áreas devastadas. Para assegurar o uso sustentável das áreas, o Tribunal determinou que o Incra providencie estudos de viabilidade ambiental e econômica dos assentamentos. Também exige a demarcação das reservas legais na Amazônia. A informação é da Agência Chasque.

O Incra informou que um grupo de trabalho já prepara um planejamento para cumprir a determinação do TCU. O Instituto estima que até março haverá uma proposta para regularização ambiental dos assentamentos.

O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – Incra – foi criado pela ditadura militar em 1970. Foi instituído para não fazer a reforma agrária, apesar da denominação debochada (e provocativa) que carrega. De fato, nestes 37 anos de inatividade, a autarquia federal tem cumprido estritamente com o desiderato burocrático proposto pelo latifúndio, grileiros e os destruidores do meio ambiente, através da ditadura militar. O governo Lula, até o momento, não alterou esse quadro.

Cristóvão Feil
(redator do blog diariogauche.blogspot.com)

18.1.08

Chico, Volte prá Casa!

Este blogue acha que Chico, o macaco prego que recentemente colocou Uberaba na mídia nacional, deve voltar para o lugar de onde nunca deveria ter saído: a Mata do Ipê!

Chico foi tranferido para Araxá onde está em cativeiro, penalizado injustamente pela agressão humana que ele próprio sofreu.

Para quem não sabe o macaco era frequentemente molestado por pessoas que o agrediam e que chegaram inclusive a drogá-lo, segundo testemunhas.

O Chico não é perigoso pelo menos não tanto quanto o homem.

O que realmente aconteceu é o que vem acontecendo no mundo todo. A natureza dando resposta a ação nefasta do ser humano. A natureza dá o troco pela agressão sofrida: aquecimento global, tempestades, enchentes, secas prolongadas. No caso do macaco é a mesma coisa.

O macaco deveria ter ficado. O homem é que deveria ter sido retirado da mata. Não soube conviver com a natureza. É até uma ação de preservação manter o homem afastado da Mata do Ipê. E os responsáveis em cuidar das matas e parques deveriam se inteirar mais de como é feito esse trabalho. Tudo poderia ter sido evitado.

No fundo eu acho que o Chico foi para Araxá para não morrer. Ele corria risco de vida. Não estão acabando com tudo?

Pensei até em fazer aqui no blogue uma reparação de agravo ao Chico e clamar por sua volta, pensando que pudesse simbolizar uma atitude nova na defesa do nosso meio ambiente tão ameaçado. Mas lá em Araxá colocando-o numa mata e levando sua macaquinha Chica ele estará sendo preservado. Aqui ele morreria.

O Chico foi o primeiro a entrar em CANA.
Seremos os próximos a entrar em CANA

Salve-se quem puder!

17.1.08

Nos Trilhos de Minas


Meus compadres e comadres: Dia 25 e 26 de janeiro estarei em cantoria com minha confraria de Araguari. Quem estiver em algumas dessas duas cidades dia 25 e 26 já se considerem convidados.

2.1.08

A Revolução do Cine Falcatrua

Um cineclube ligado à universidade desperta a fúria das distribuidoras de audiovisual ao exibir, sem fins de lucro, filmes baixados por internet. Disputa revela como é necessário superar, em defesa do público e dos artistas, os limites estreitos da ''propriedade intelectual''.

Por Bruno Cava, para o Le Monde Diplomatique.

Em novembro, uma juíza de primeira instância da Justiça Federal condenou a Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) a pagar indenização por suposta violação de propriedade intelectual. A infração aos direitos autorais teria sido provocada, segundo a magistrada, nas atividades do cineclube Falcatrua – programa de extensão e pesquisa do departamento de Comunicação Social, realizado por estudantes da UFES desde 2004.

Ao dar ganho de causa ao Consórcio Europa — um gigante da distribuição cinematográfica — o Judiciário ainda aplicou multa diária de R$ 10 mil à universidade, caso as exibições fossem retomadas, e determinou a destruição imediata de seu equipamento de produção, edição e projeção de cinema. A seguir, outro juiz, agora da vara local em Vitória e a pedido da mesma distribuidora e da Lumière, expediu medida liminar proibindo novas apresentações do cineclube, pois ele incorreria em ''concorrência desleal''.

O Cine Falcatrua é um dos carros-chefes do movimento da cultura livre. Protagonista do circuito nacional de Conteúdos Livres — com suas mostras de filmes, sob as (des)licenças Creative Commons e copyleft, e seus festivais de mídia-ativismo, esse cineclube universitário trabalha com tecnologias acessíveis do digital para democratizar a produção cultural. O grupo promove exibições abertas e gratuitas de filmes baixados da internet, sempre acompanhadas de discussões e intervenções. Também ministra a oficina Cineclubismo Digital Gambiarra, que ensina como produzir, projetar e distribuir filmes digitais. Além de tudo, ainda prepara material de divulgação acerca de direitos autorais, difusão cultural e cinema livre.

Inserido no movimento cineclubista, que remonta aos anos 1920 e formou diretores do porte de Gláuber Rocha e Rogério Sganzerla, o Cine Falcatrua abre espaço para o cinema independente, incentiva a politização da sétima arte e enriquece a produção crítica. Aplaudido por diretores como Cláudio Assis ( Amarelo Manga, Baixio das Bestas), só em 2004 foram mais de 40 sessões públicas, reunindo um público de aproximadamente cinco mil pessoas. Indo além dos muros universitários, o cineclube já expôs em bairros da periferia de Vitória, em galerias de arte, nas ruas de São Paulo e até em bailes funk (com o filme ''Sou feia, mas tô na moda''). Assim, ele retoma a tradição cineclubista brasileira dos anos 1970 e 80, quando, graças ao início da redemocratização, o movimento pôde estender-se para sindicatos, universidades e centros culturais, para um público além dos cinéfilos.

O Falcatrua vai mais longe. Não se restringe a promover filmes históricos, cult, alternativos, independentes ou ''underground'' – material clássico do cineclubismo. Também oferece filmes do grande circuito comercial: faz o download de cópias disponíveis na rede e projeta-as grátis — e antes da estréia oficial. Quer dizer: ele antecipa-se à indústria de entretenimento — como fazem os camelôs, mas sem auferir qualquer lucro. Eis aí o salto qualitativo desse projeto inovador.

Afinal, quantos podem dispor de R$ 50,00 para levar a família ao cinema? E a imensidão de localidades que simplesmente não tem cinema? Que dizer da decepcionante diversidade oferecida pela indústria de entretenimento, especialmente fora dos grandes centros? E mais: por que aceitaríamos o miserê de assistirmos a filmes de vez em quando, ou quando o dinheiro der?! Quando podemos — cada um de nós, cidadãos — assistir a muitos, novos e bons filmes, todos os dias em que desejarmos!?

O que fez as distribuidoras, enfurecidas, ajuizarem ações judiciais, foi o fato de o Falcatrua ter exibido Fahrenheit 911 (Michael Moore) e Kill Bill (Quentin Tarantino) antes das estréias oficiais. As demandas foram rapidamente acolhidas pela contra-insurgência estatal. Resultado: a iniciativa alcançou tamanha projeção que já é reconhecida como uma modalidade específica de fazer cinema: baixar produções da internet, editá-las e projetá-las, de graça, em espaços públicos.

Portanto, não se trata de mais um caso prosaico de aplicação fria da lei dos direitos autorais, de uma decisão simplesmente técnico-jurídica, pretensamente apolítica. No nosso tempo, este é um caso paradigmático. A criminalização do Cine Falcatrua coloca-se no coração dos conflitos da sociedade pós-industrial, na qual, à socialização da produção de conhecimento e cultura, opõem-se os dispositivos expropriatórios, oligopolistas e antidemocráticos do capitalismo.

Não por acaso, a criminalização incitou a imediata resistência. Articulando-se pelas mídias democráticas, o movimento cineclubista mobilizou-se e o Conselho Nacional de Cineclubes (CNC) reagiu publicamente, classificando o fato como ''caça às bruxas''. A medida judicial, no tocante à destruição de meios de produção da UFES, foi comparada a um ''obscurantismo policialesco'', próprio dos anos de chumbo. De fato, o caso remete à violência sistemática que o cineclubismo sofreu quando do endurecimento da ditadura, período em que vários cineclubes foram depredados, seus membros perseguidos, os acervos confiscados e ''desaparecidos'' (de 1968 a 1969, a quantidade de cineclubes caiu de significativos 300 para somente 12). A Federação Mundial, com sede na Itália, emitiu um comunicado em defesa do Falcatrua e um dos diretores supostamente ''violados'', Michael Moore, declarou que não vê qualquer problema na divulgação livre e didática de seus documentários, desde que sem fins comerciais.

O orientador do projeto, Alexandre Curtiss, assegurou a continuidade da iniciativa: ''Estamos entrando em outra etapa do projeto. Não vamos nos preocupar com essa liminar. Nosso objetivo não é fazer pirataria e sim gerar acesso à cultura cinematográfica. Nós vamos continuar as exibições'' . Um recurso foi interposto na segunda instância. Argumentos jurídicos não faltam. A Constituição garante: a função social da propriedade (art. 5º XXIII), o direito exclusivo do autor e não da distribuidora (art. 5º XXVII), o direito de acesso à cultura e à produção cultural (art. 23 V) e, principalmente, a democratização do acesso aos bens da cultura e sua difusão (art. 215, § 3º cf EC n.º 48/2005). Além disso, a lei de direitos autorais, nº 9.610/98, não exige a autorização para a exibição do audiovisual, quando sem interesse econômico (art. 81). O Código Civil de 2002 exige o dano como caracterizador da responsabilidade civil (arts. 927 c/c 186).

Evidentemente, a contenda é política. O filósofo italiano Antonio Negri identifica na atualidade uma tendência do capitalismo em direção ao trabalho imaterial e cognitivo. Isto é, o valor agregado pelos ativos imateriais (circulação de bens, marketing, serviços, criatividade) sobreleva aquele advindo da cadeia produtiva industrial, de modelo fordista e seriado. As leis nacionais e os tratados internacionais de propriedade intelectual (o Trips da OMC), o copyright, a ''polícia autoral'' (como o Ecade), tudo isso torna-se, em conjunto, o instrumento por meio do qual o sistema capitalista explora, monopoliza e concentra a produtividade social.

A luta contra a propriedade dos bens comuns coincide progressivamente com a luta contra o copyright. A diversidade cultural, a transversalidade entre produtores/transmissores e consumidores/receptores, a valorização dos insumos culturais (idéias, informações, símbolos, linguagens), tudo isso põe a cultura no centro da nova economia. A cultura cada vez mais é a própria economia. O produtor cultural torna-se o agente político por excelência, já que a arte da política está em organizar a produção.

Daí a importância, para as distribuidoras, de barrar uma insurgência tão libertária quanto o Cine Falcatrua, que democratiza a cultura contra o monopólio sobre a cópia. Desde a origem, no século 14, os direitos autorais interessaram primordialmente aos atravessadores dos produtos culturais. Primeiro as editoras; depois, as gravadoras de música e as distribuidoras de audiovisual.

E como fica o artista? Para o artista, o que vale é estabelecer uma comunicação com seus públicos, multiplicando oportunidades e articulando contatos e redes colaborativas. ''O valor econômico na produção cultural reside na relação que o artista constrói com seu público'' (Ronaldo Lemos). Preocupante ao artista não é a ''pirataria'', mas a obscuridade. Mesmo porque a atual indústria de entretenimento tende a concentrar-se em poucos filmes, álbuns ou livros, porém ultra-badalados, e geralmente limita-se a produzir... entretenimento.

Ora, os filmes são feitos para serem vistos! Pássaro livre, a produção cultural e de conhecimento do público, para o público e pelo público deve arrebentar as amarras da indústria e dos direitos autorais para difundir-se livremente, instituindo um ciclo virtuoso de produção de valores, bens e sentidos – constituindo um comum colaborativo. Como escreveram Ana Bonjour e Leonora Corsini: é ''a arte abandonando o conceito enrugado de artigo de luxo [ou acadêmico, acrescento] para, finalmente, enfiar-se no parangolé de Hélio Oiticica''. A revolução não tem data marcada: é agora, neste instante. O Cine Falcatrua é mais um potente efeito dos ventos da mudança.

1.1.08

Passagem do ano


O último dia do ano
não é o último dia do tempo.
Outros dias virão
e novas coxas e ventres te comunicarão o calor da vida.
Beijarás bocas, rasgarás papéis,
farás viagens e tantas celebrações
de aniversário, formatura, promoção, glória, doce morte com sinfonia e coral,
que o tempo ficará repleto e não ouvirás o clamor,
os irreparáveis uivos
do lobo, na solidão.

O último dia do tempo
não é o último dia de tudo.
Fica sempre uma franja de vida
onde se sentam dois homens.
Um homem e seu contrário,
uma mulher e seu pé,
um corpo e sua memória,
um olho e seu brilho,
uma voz e seu eco,
e quem sabe até se Deus...

Recebe com simplicidade este presente do acaso.
Mereceste viver mais um ano.
Desejarias viver sempre e esgotar a borra dos séculos.
Teu pai morreu, teu avô também.
Em ti mesmo muita coisa já expirou, outras espreitam a morte,
mas estás vivo. Ainda uma vez estás vivo,
e de copo na mão
esperas amanhecer.

O recurso de se embriagar.
O recurso da dança e do grito,
o recurso da bola colorida,
o recurso de Kant e da poesia,
todos eles... e nenhum resolve.

Surge a manhã de um novo ano.

As coisas estão limpas, ordenadas.
O corpo gasto renova-se em espuma.
Todos os sentidos alerta funcionam.
A boca está comendo vida.
A boca está entupida de vida.
A vida escorre da boca,
lambuza as mãos, a calçada.
A vida é gorda, oleosa, mortal, sub-reptícia.

Carlos Drummond de Andrade