2.5.07

O Sucateamento da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais

Meus compadres e comadres:

A Orquestra Sinfônica de Minas Gerais passa por um sucateamento promovido pelo Governo do Estado como meio para justificar sua privatização.
É aquela velha tática adotada pelo ex-Presidente FHC, naquela época nefasta e desavergonhada de entrega do Brasil.
O Governo Aécio Neves vem trilhando os mesmos caminhos.

O sucateamento da orquestra pode ser percebido, inclusive, pelos baixos salários dos músicos. Há tempos é o menor salário pago dentre as orquestras brasileiras.

Fomos surpreendidos recentemente pela notícia de criação de uma OCIP (Organização Civil de Interesse Público), entidade que poderá vir a ser a mantenedora da OSMG.
Parece que estão querendo fazer em Minas Gerais o que fizeram em São Paulo com a OSESP.

Em São Paulo, soubemos: os músicos pagaram um preço altíssimo. Muitos perderam seus empregos e os que ficaram foram submetidos a um regime bastante centralizado, para não dizer autoritário, sem contar as perdas dos direitos adquiridos, arduamente conquistados pelos servidores estaduais.

Os músicos mineiros por sua vez têm tentado denunciar essas investidas do Governo do Estado contra a cultura, mas não encontram apoio na imprensa mineira. Nada é publicado. Entrevistas são concedidas em vão. Houve até o caso de um repórter que ao entrevistar um músico afirmou estar ali cumprindo seu papel de jornalista, mas sabia que nada daquilo seria publicado.

O fato é que por trás da ideologia privatista está a falta de compromisso do Governo de Estado com a cultura.
Claro que deve haver a alegação de falta de recursos públicos para continuar gerindo a orquestra. É sempre o mesmo discurso. Mas tenho três indagações que buscam esclarecimentos:
1) é o Governo de Estado que não tem recursos para manter um organismo cultural dessa magnitude ou é a área cultural que recebe por parte do Governo de Estado um percentual ínfimo do orçamento?
2) esse orçamento ínfimo não demonstra a falta de compromisso do Governo de Estado com a cultura mineira?
3) se está constituindo uma OCIP para gerir a Orquestra porque não constituí-la para ser uma entidade que possa auxiliar o Governo de Estado na captação de recursos para a manutenção da orquestra, a exemplo do que foi feito na Orquestra Sinfônica de Campinas onde se criou uma entidade com essa finalidade?

Não se justifica esse sucateamento da OSMG, pelo contrário, ela precisa é de apoio e não de abandono por parte do Governo de Estado. Há que se criar alternativas antes de adotar medidas tão drásticas.

Não acho certo um governo de pouco mais de quatro anos de mandato interferir de forma tão nefasta num organismo cultural mineiro tão antigo e que já se tornou patrimônio do nosso povo.

Não pode um quadro de músicos profissionais, que sustenta o bom nome da Sinfônica de Minas e com grandes serviços prestados à comunidade, estar hoje vivendo esse tormento, sem perspectivas e temerosos quanto a seu futuro, pois estão vivendo uma situação que aponta não só para as perdas de direitos, mas inclusive de seus empregos.

Onde está o Sindicato dos Músicos de Belo Horizonte para defender sua categoria?
Onde está o Sindicato dos Servidores Públicos do Estado de Minas Gerais para defender parte de sua categoria e garantir que isso não venha atingir mais nenhum setor do serviço público?

Como a imprensa, pelo que parece, está comprometida com o Governo de Estado podemos encontrar na internet o meio adequado de denunciar esse desserviço do Governo Aécio Neves para com a cultura de Minas Gerais.

Vamos espalhar a notícia!